Blindagem é a tecnologia usada em veículos para a proteção contra armas de fogo. No figurativo, tem livrado muita gente desonesta do juízo terreno. O que tem dado certo até agora na suspeita contra o ministro Palocci. Mas com um tremendo furo nesta armadura ao justificar o milagre da multiplicação de seu patrimônio: “todo mundo faz a mesma coisa”.
Uma desculpa comum quando o juízo vem de cima. E igualmente com blindagem repleta de furos. A exemplo do homem próspero e religioso que chegou a Jesus com uma inquietante pergunta: - “O que devo fazer para conseguir a vida eterna?” (Lucas 18). “Você conhece os mandamentos”, respondeu o Salvador – como que dizendo: “é só cumprir”. “Desde criança eu tenho obedecido a todos esses mandamentos”, retrucou o homem. “Falta mais uma coisa para você fazer. Venda tudo o que você tem, e dê o dinheiro aos pobres”, sugeriu Jesus. Mas o homem foi embora, carregando o peso da sua diabólica armadura.
O problema dele era o sucateado tanque bélico da sua religião: “o que devo fazer?”. Um terrível engano, pois “quem quebra um só mandamento da lei é culpado de quebrar todos” (Tiago 2.10). Mas ele ostentava uma auréola, afinal, não cometia adultério, nem matava, roubava, ou mentia. Por isto o tiro certeiro de Jesus na parte mais enferrujada e sensível: “Só falta uma coisa, dê todo o seu dinheiro aos pobres”. O Salvador foi direto ao primeiro mandamento, e a blindagem desmoronou de vez. Ficou na cara que o “deus” que ele tinha era o dinheiro.
Só uma blindagem resolve quando o assunto é a corrupção: “Vistam-se com toda a armadura que Deus dá a vocês” (Efésios 6.11). Proteção que surge pela “união com Cristo” e que parte para as boas obras (2.10). Uma nova vida que logo aparece: “Quem roubava que não roube mais, porém comece a trabalhar a fim de viver honestamente e poder ajudar os pobres” (4.28). Lastimavelmente, uma blindagem que falta na vida de gente com justificativas furadas.
Marcos Schmidt
pastor luterano
fone 8162-1824
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS
26 de maio de 2011