Comunidade Evangélica Luterana "Cristo"

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quinta-feira, 21 de junho de 2012

Arrependimento e Perdão


Arrependimento e Perdão
Arrependimento, quem nunca se deparou em sua vida com essa palavra?! Muitas vezes confundimos arrependimento com remorso, porém, são coisas bem diferentes. Remorso é um sentimento que faz a pessoa reconhecer um erro, e até machuca, mas não cria no praticante da iniqüidade o desejo de voltar atrás. Por isso, arrependimento é importantíssimo na vida das pessoas, tanto mais dos cristãos. Arrependimento é saber que errou; sentir dor e aflição, mas principalmente, causa no praticante o desejo de até mesmo sofrer as conseqüências do pecado praticado. É voltar atrás, dar a ‘famosa’ volta de 180°.
O Rei Davi sabe disso e nos deixou muitos exemplos de pecados, de erros, de transgressões, violência, mau uso da sexualidade, etc. No exemplo de Davi percebemos a situação que fica o ser pecador. Uma situação de horror, de aflição, de abandono, solidão, fraqueza, angustia, medo, tristeza, choro. Quem, ao sinceramente se arrepender de seus pecados, não se deparou com tais sentimentos?!
Davi, muitas vezes escreveu Salmos e canções de arrependimento a Deus. Dessa forma buscava a interferência divina. Ele tinha o desejo ardente de receber o perdão, o pecado que Davi havia cometido era muito grande. É verdade, Deus não faz diferenças entre os pecados, mas dentro de nosso ser, algumas coisas pesam muito mais em nossa consciência! Tudo nos faz lembrar tais pecados, é nesse momento que começamos a perceber que na verdade estamos afastados de Deus. Nesse momento percebemos que estamos deixando Deus de lado, então, nos deparamos com a necessidade de confessar os pecados. Confessar a Deus os pecados que mais atormentam o coração, isso não é fácil. É preciso força, coragem.

“Naqueles dias, eu, Daniel, pranteei durante  três semanas… Então me disse: Não temas, Daniel, porque, desde o primeiro dia em que aplicaste o coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, foram  ouvidas as tuas palavras; e, por causa das tuas palavras, é que eu vim. Daniel 10. 2, 12

A sorte do pecador está na grandiosidade do amor de Deus. Como costumamos falar em uma frase um tanto quanto batida, mas que possui um valor sem igual: “Deus é amor”. Quem nunca fez uso desta frase? Pois bem, nas palavras de Daniel reconhecemos que o pedido de socorro a Deus se encontra no humilhar-se perante Deus.
Muitas vezes, indiferente da situação, mas especialmente diante dos pecados praticados, notamos que a conseqüência disso é perder as forças, enfraquecer. No entanto, o que não conseguimos compreender é a dimensão do amor de Deus. Tomemos uso do versículo 19 de Daniel 10: “Não temas, homem muito amado! Paz seja contigo! Sê forte, sê forte.”
Por isso, caro amigo. Se você se sente angustiado e deprimido por causa de seus pecados, saiba que Deus ama você. Se você está com a mente conturbada e o corpo doente, peça a Deus por sua vida e serás confortado pela resposta de Deus.
Davi escreveu muitos salmos penitenciais – de arrependimento. São eles: 6; 32; 51; 102; 130; 143. Particularmente gosto muito do Salmo 51, é um salmo de confissão e arrependimento – pedido de perdão. Diante de uma situação muito deprimente Davi se depara com a necessidade de arrepender-se.
Leia o Salmo 51:
Conforme palavras do manual bíblico SBB, o Salmo em si é muito comovente e nos permite penetrar na alma de um homem que amava a Deus, mas havia caído em pecado grave. Ele pôde se enxergar através dos olhos de Deus e ficou com o coração partido. Não inventou desculpas; simplesmente aceitou o julgamento de Deus e admitiu sua culpa. Tudo que podia fazer naquele momento, conhecendo o amor e a misericórdia de Deus, era pedir perdão e ter a chance de um novo começo.
Dessa forma, com nossos pecados confessados e tendo buscado o perdão de Deus esperamos positivamente sua resposta de perdão e a oportunidade de um recomeço.
Que Deus abençoe a vida de cada um de nós e arrependidos, nos conceda a oportunidade de recomeçar.

                Amado e bondoso Deus e Pai, obrigado pelo perdão que diariamente me concedes sem nenhum mérito ou dignidade de minha parte. Peço-te, que concedas forças para que eu possa resistir às tentações e buscá-lo nas aflições. Em nome e por amor de Jesus Cristo, teu Filho e nosso Senhor. Amém.

Régis Duarte Müller

quarta-feira, 20 de junho de 2012

A Vergonha do Leão de Judá


A VERGONHA DO LEÃO DE JUDÁ - OS PREGADORES PROFISSIONAIS

Está escrito que nos últimos dias por se multiplicar a iniquidade o amor de muitos esfriará (Mateus 24.12).
Antes de tudo temos que entender que a palavra iniquidade que aparece neste texto tem sua raiz em uma palavra grega que quer dizer “quebrar a lei”. Isso nos mostra que o que Jesus estava dizendo na verdade era que por se multiplicar o pedado dos cristãos o amor de muitos irá esfriar.
Estamos justamente vivendo nestes dias. Dias de igrejas lotadas, mas de um evangelho sem profundidade. A grande verdade é que o evangelho da cruz, isto é, o verdadeiro evangelho está cada vez mais escasso. As pessoas hoje estão havidas por igrejas e mensagens que lhes iludam com a utopia de uma vida financeira sem restrições e de um evangelho de facilidades. O que mais ouvimos nos púlpitos são mensagens de autoajuda que massageiam os egos e enchem os bolsos. A grande quantidade de “pregadores profissionais” dos nossos dias ratifica o que eu estou dizendo. Esses“pregadores” cobram somas exorbitantes para pregar o evangelho que receberam de graça. Há muitos dentre eles que só pisam nos púlpitos depois que os valores caem em suas contas.
O mais interessante nesta história toda é que esses “pregadores” revestem-se de uma autoridade que o seu viver diário não os pode dar. Usam a máscara de “homens santos”, gritam, gesticulam, explodem nos púlpitos, mas quando saem da plataforma são na verdade lobos que devoram as pobres ovelhas que correm para lhes pedir autografo. Muitos deles, depois do show dos púlpitos vão para os restaurantes mais finos e caros para gastarem os parcos recursos que as ovelhas depositaram em suas contas, e então os “homens santos” enchem suas vidas santas de bebidas alcoólicas com a premissa de que são escusáveis em face do seu largo conhecimento teológico.
E existem outros desses“pregadores” que depois dos shows pirotécnicos dos púlpitos vão dar shows de outros tipos em motéis.
As mensagens desses “pregadores avivalistas” são revestidas de técnicas para emocionar as plateias e leva-las a histeria, afirmando que essas mensagens são oriundas de uma vida de intimidade com Deus. Quando na verdade não passam de técnicas de manipulação para encherem seus egos já inflados e engordarem suas contas bancárias.
O que mais nos choca é o culto à personalidade que hoje graceja em nossa geração. Esses “homens santos” são reverenciados como grandes vultos e são colocados em pedestais elevados por aqueles que financiam seus ministérios. E qualquer um que têm a coragem de denunciar suas práticas pecaminosas são considerados como críticos, céticos, anti-pentecostais e, sobretudo são amaldiçoados com toda sorte de impropérios que a mente humana pode articular.
Os cristãos crédulos e incautos são levados como ovelhas para o matadouro financeiro dos “pregadores avivalistas” que não estão nem um pouco interessados com os cuambus e as feridas que as machucam. Mas mesmo assim esses “pregadores profissionais” são idolatrados e considerados como infalíveis.
Esses “pregadores avivalistas”sujam o nome dos verdadeiros homens de Deus que lutam dia a dia em suas congregações para apascentar as ovelhas que lhes foram confiadas pelo Supremo Pastor. Muitos deles passando duras provações para sobrevier com as côngruas magras que lhes é reservada, isso quando é permitido algum ganho financeiro, pois muitos deles têm que tirar seu sustento do trabalho secular, ou dependem da misericórdia de terceiros. Quando na verdade o ministério que defendem deveria honra-los com uma duplicada honra e o dignificarem com o sustento diário (1° Timóteo 5.17,18).
O resultado disso tudo é que a igreja está se tornando superficial e licenciosa ao ponto de acreditar em qualquer coisa que é pregada, desde que se revista de uma roupagem“pentecostal”. O evangelho que antes era um brado vigoroso contra o pecado e a favor do Reino de Deus tornou-se um balbuciar patético. E em nome de um pentecostalismo espúrio às Escrituras, os crentes deslumbrados têm sido levados a crer em fábulas e lendas ensinadas de maneira efusiva e com o intuito de manter o rebanho iludido e seguro no aprisco dos lobos.
Isso tudo nos leva a crer que o Leão de Judá está extremamente envergonhado com essa geração, pois é uma geração que presa muito mais a personalidade do que o caráter. É uma geração que prefere a palavra dos “pregadores profissionais” do que os sermões cotidianos dos verdadeiros pregadores da verdade que tem pagado o preço por seus ministérios. É vergonhoso ver que hoje os “homens santos” não podem mais falar como Pedro, que disse: “Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho isso te dou”(Atos 3.6), pois os bolsos estão cheios e o coração vazio da presença Cristo entronizado como Senhor.
Contudo, no texto que citamos no princípio diz que “o amor de muitos esfriará”, mas não o amor de todos. Ainda existe um remanescente fiel que permanece com o coração ardendo pelo Senhor e por Seu Reino. Que sejamos encontrados entre esses fiéis tem o coração ardendo pela obra do Senhor.
Muitos outros escândalos virão ainda em nossa geração, mas que essas mazelas evangélicas não nos contaminem para que não sejamos como aqueles que são manipulados ao bel prazer dos“ministros da injustiça”.
Precisamos ter a mesma coragem que teve Martinho Lutero, que pregou nas portas de sua igreja as 95 teses contra os abusos religiosos de sua época. Que nos levantemos como vozes apologéticas contra o abuso espiritual e financeiro que tem assolado a igreja cristã hodierna e que sejamos profetas como João Batista que pregou a verdade mesmo em face de sua morte.
Fica aqui o meu repúdio aos“pregadores e pastores profissionais” que tem usado o evangelho como meio de ganho pecuniário em detrimento dos verdadeiros homens de Deus que tem sido regelado à classe os desprezados e mal compreendidos. Que despertemos do sono da indolência e procuremos encher nossas lamparinas do azeite santo para que quando o Noivo chegar estejamos vigilantes e preparados. Que saiamos do cárcere imposto por aqueles que deveriam ser os instrumentos para nos libertar.
Por Pastor Ricardo Castro
(O presente artigo pode ser reproduzido em sites, blogs, Orkut, facebook, desde que conste o nome do autor)
Contato:

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Vida Sustentável by Marcos Schmidt


Vida sustentável

      Participei do 2º Fórum ADCE para Sustentabilidade e voltei mais determinado em fazer a minha parte na preservação dos recursos naturais e do meio ambiente. Neste encontro em Porto Alegre, promovido pela Associação de Dirigentes Cristãos de Empresa, sob o tema “educar pelo exemplo e agir”, empresários, economistas, teólogos, políticos, engenheiros, professores e outros, expuseram ideias e experiências sobre formas sustentáveis de vida. Para mim foi um enorme aprendizado nesta matéria que sempre me interessou. Lembro-me que em 1982, ao optar pelo tema “ecologia” para a minha dissertação do bacharelado, desaconselharam-me por ser um assunto “sem interesse” no aspecto teológico. No entanto, quando hoje o termo “sustentabilidade” é definido como a capacidade de integrar as questões sociais, energéticas, econômicas e ambientais, de imediato os cristãos têm a tarefa de lembrar uma quinta questão, a espiritual. Segundo a fé bíblica, a sustentação, a rocha firme, a pedra angular é Cristo, e sem ela a casa cai. 
       Entre tantas palestras interessantes, fiquei impressionado com a abordagem do ex-ministro da Casa Civil, Luis Roberto Ponte. Com voz embargada, disse que “a doutrina social da igreja ajuda a esclarecer a verdade sobre os sofismas que levam a injustiça, e demonstrar através do exemplo de vida que é somente pela prática do bem que se alcança a sociedade sustentável”. Percebi certa decepção dele com a vida pública, homem experiente que é nos seus 78 anos de idade. Penso que a maioria dos que chegam a este tempo de existência terrena, deve se sentir assim, frustrada com os “sofismas”, ou seja, as argumentações falsas com aparência de verdadeiras. É a insustentabilidade da palavra com a verdade o pior desastre ambiental deste planeta que sofre os efeitos do pecado. Mas foi por isto mesmo que “a Palavra se tornou um ser humano e morou entre nós, cheia de amor e de verdade” (João 1.14).

Marcos Schmidt
pastor luterano
fone 51 8162-1824
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS
6 de junho de 2012

domingo, 3 de junho de 2012

Reflexão da Semana - É Preciso Nascer de Novo


REFLEXÃO
É Preciso Nascer de Novo

 Muitas pessoas contam histórias tristes, mas ao mesmo tempo lindas, de alguma situação da vida que passaram e consideram como se tivesse ‘nascido de novo’. Fazendo uma breve pesquisa no google sobre ‘nascer de novo’ encontramos uma série de histórias de vida impressionantes, como esta que cito: “Nascemos de novo”, relata morador que teve o carro baleado durante tiroteio em Tapes. – Pai e filho passavam em um Palio nas proximidades do banco do Brasil explodido por assaltantes na madrugada desta quinta (05/04/2012). Nascemos de novo, exclamou José enquanto observava as marcas de tiros que atingiram seu veículo (in. http://zerohora.clicrbs.com.br. Além deste caso poderíamos encontrar muitos outros, de pessoas que agradecem a Deus, aos médicos, a pessoas que ajudaram, a familiares, policiais, etc. Pessoas que viram sua vida em risco, mas que foram salvas e ganharam uma nova oportunidade de vida. Pessoas que podem dizer: “Eu nasci de novo”. Realmente é mais comum do que parece, e em cada novo dia é possível encontrar pessoas que afirmam terem nascido novamente. Muitos são os motivos que levam as pessoas a pensarem assim, e todos com alguma razão. Alguém que conheceu de perto o nascer de novo foi Nicodemos. Ele era um dos líderes religiosos da época de Jesus. Um fariseu, um líder religioso muito importante. Era um professor e interpretava para os israelitas o significado das instruções divinas. Certo dia ele resolveu ir visitar a Jesus. Ciente das coisas que Jesus fazia Nicodemos reconhece que ele era alguém enviado por Deus, e afirmava isso com base nos milagres que fazia, ouvia falar ou presenciava. Todas essas coisas levam Nicodemos a fazer uma visita a Jesus, de forma que o assunto da conversa entre eles provavelmente era o Reino de Deus, pois Jesus lhe diz: “... Se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (v.3). Deste modo, a nova vida que Jesus apresenta a Nicodemos não é determinada pelo nascimento e morte físicos, mas envolve algo que somente pode ser descrito como um novo nascimento, como um “nascer pelo Espírito”. Assim como Nicodemos tinha dúvidas, e sua razão não o permitia compreender como poderia nascer de novo, assim também somos tentados a duvidar e não acreditar. Assim como Nicodemos não acreditava na Trindade de Deus, assim também muitos questionam a existência de um Deus em três pessoas. Muitos que questionam a Jesus Cristo como Deus, e por isso não acreditam na salvação, não acreditam no perdão dos pecados, não acreditam na vida eterna e no reino de Deus. O plano de Deus para salvar as pessoas que criou passa pela morte e ressurreição de Jesus Cristo e pelo envio do Espírito Santo, que pela Palavra anunciada e pelo Santo Batismo nos leva à fé e nos faz nascer de novo para uma nova vida. Uma vida com Deus. Assim também podemos contar nossa história sobre ‘nascer de novo’.
Régis Duarte Müller

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Domingo de Pentecostes - Aniversário da JELB - Identidade Cristã


Identidade Cristã”.
GoVal 27/05/2012
Régis Duarte Müller
Domingo de Pentecostes – 27/05 a 03/06/2012
Textos Bíblicos: Salmo 139.1-12; Ezequiel 37.1-14; Atos 2.1-21; João 15.26-27, 16.4b-15

Todas as pessoas precisam fazer um documento chamado de “carteira de identidade”. A carteira de identidade possui uma função muito importante. Ela permite mostrar que fazemos parte de uma sociedade, e ainda mais, é necessário apresentar o documento de identidade em muitos lugares.
No caso dos idosos, a carteira de identidade permite que eles usem conduções publicas gratuitamente. Em outros casos, é preciso apresentar o documento para criar uma conta bancária, para fazer um passaporte, ingressar na faculdade etc.
Segundo instruções de segurança, é importante que se faça o documento para crianças a partir de dois anos idade. Por esses e muitos outros motivos percebemos a importância da Identidade. Essas são as funções da identidade enquanto banco de dados, onde cada indivíduo recebe o seu número de Registro Geral.
Pensando apenas no termo, notamos que a palavra é estudada por diversos grupos, como, por exemplo: Sociólogos, antropólogos, pela medicina, direito e filosofia. Todas as formas de ver e entender a identidade são importantes.

O jovem cristão também tem uma identidade. Uma identidade que está diretamente relacionada a Deus. Uma identidade que faz a sociologia entender como um compartilhar de ideias e ideais no local onde realiza sua interação social; Que faz a antropologia entender como referências e influências percebidas por outras pessoas; Que faz o direito afirmar como algo que torna a pessoa única e particular, diferenciando-o dos demais seres.
Ok. Até aqui tudo bem. Mas como o jovem cristão assume esta identidade? Como ele adquire esta forma de viver?
Na verdade nós já nascemos com certo “RG”, no entanto, é um documento ‘estragado’, inválido. Precisamos receber um novo documento, e isto não acontece através de nós, mas é o Espírito Santo quem cria. Digamos que o Espírito Santo de Deus é o Emissor da nossa Identidade Cristã.
Ao lermos o texto de Atos 2.1-21, podemos compreender melhor como acontece a “emissão” do Documento Cristão. Vejamos o Seguinte: “Ao cumprir-se o dia de Pentecostes... veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados. E apareceram, distribuídas entre eles, línguas, como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles” (At 2.1-3). Neste momento, cada pessoa estava recebendo a sua identidade, única, intransferível.
Nós também recebemos esta identidade. Nós a recebemos pelo ouvir da Pregação da Palavra de Deus e através do Batismo. Não é uma ação que parte de nós, mas é o próprio Espírito Santo quem gera, ‘emite’ em nosso coração. Além do mais, nos dá condições para manter nossa fé viva e atuante através das oportunidades de Estudo Bíblico, de culto e pelo participar à Santa Ceia.
Uma vez que recebemos nossa identidade, precisamos cuidar dela. Não é uma tarefa fácil, mas dura e cheia de dificuldades. Esta é a realidade que o jovem cristão enfrenta em seu dia a dia. Diante das muitas alternativas que o mundo oferece, a caminhada do jovem se torna bem mais complicada!
No meio desse caminho, o jovem pode acabar perdendo sua identidade, pode acaba sendo questionado: Quais caminhos você tem tomado? Quais os teus pensamentos, sentimentos? Pode ser repreendido: afinal, quem é você?
Essa é a constatação que se faz para alguém que tem perdido a identidade. Pois quando os caminhos tomados não são os caminhos que Deus orientou, quer dizer, o caminho que tem a Cristo como o Senhor e Salvador, que busca viver em santidade, busca praticar o bem, o amor a Deus e ao semelhante. Consequentemente também, os pensamentos e os sentimentos não estarão em Deus e em suas promessas, mas nas outras coisas, nas coisas que Deus condena, não aprova.
Aqui também podemos fazer uma pergunta para orientar nossa reflexão: Jovens, com o que você se identifica?
Essa pergunta é crucial para o Jovem, pois vai definir a sua identidade. É importante você notar o seguinte: O que define sua identidade não é o documento de papel plastificado, mas sim sua maneira de viver, suas atitudes. Desta forma, se você identifica-se mais com o mundo e aquilo que ele oferece, como os prazeres carnais e passageiros, com certeza você não terá nenhuma identidade com os caminhos de Deus e com uma vida santificada.
Lembremos que o próprio Deus veio ao mundo através de Jesus Cristo, e o mundo o rejeitou. Por isso, Jesus fez a seguinte oração a Deus: “Eu lhes tenho dado a tua Palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como também eu não sou” (Jo 17.14 – Pode-se ler ainda Jo 17.11-19).
Diante dessa constatação e do versículo citado tentemos responder a pergunta que há pouco nos foi feita: “Com o que você se identifica?” Obviamente vai responder: Se eu tenho fé, é claro que vou me identificar com Cristo; vou buscar viver em santidade e procurar amar a Deus e ao próximo.

Com certeza. Esse é o sentimento, o pensamento e a atitude do jovem cristão. Mas é bom compreender também, que não estamos sozinhos nesta árdua empreitada. Sabendo de como é viver neste mundo, Jesus Cristo promete nos enviar o Consolador. Jesus conhece o mundo e as dificuldades de viver aqui, as tentações e os muitos caminhos e alternativas que temos. É necessário que Jesus Cristo vá para junto do Pai, mas ele não vai nos deixar sozinhos, vai nos mandar o Espírito Santo – o Consolador.
A função do Consolador é clara, como vemos nas palavras de Jesus: “Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo: Do pecado, porque não creem em mim; da justiça, porque vou para o Pai e não me vereis mais; do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado... Quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade” (Jo 16.8-11, 13).
Queridos jovens o mundo está aí, nós vivemos nele e não tem como ser diferente. Mas enquanto estivermos neste mundo, assim como Jesus Cristo enviou o Consolador e fez com que emitisse uma carteira de identidade para cada um de nós, assim também, temos a grata oportunidade de sermos aqui no mundo instrumentos de Deus.
 O Espírito Santo vai usar a cada um de nós como pregadores da Palavra de Deus, a fim de que o Consolador possa agir e emitir muitas e muitas identidades cristãs; trazendo muitos e muitos jovens e pessoas para a mesma fé, que você e eu já compartilhamos.
Que grande alegria, que grande benção que grande oportunidade Deus colocou em nossas mãos. Mãos de jovens, vida de jovens que creem em Jesus Cristo e o confessam, e que tem o grato desafio de levar Cristo para todos. Mas saiba que não estamos sozinhos: o Consolador está com cada um de nós, orientado e conduzindo pelo caminho que nos leva a vida eterna. Que assim seja. Amém.