Deus Abençoa a Família.
GoVal
– 07/10/12
Textos Bíblicos: Salmo 128; Gênesis 2.18-25; Hebreus
2.1-13, (14-18); Marcos 10.2-16
Régis
Duarte Müller
Em
2002 foi publicado na França, e traduzido para o português em 2003 o livro
intitulado “Família em Desordem” de Elisabeth Roudinesco, Doutora em Letras e
com formação psicanalítica e literária. Em seu livro “Família em Desordem”, a
autora percorre o caminho da história desde a antiguidade até a
“pós-modernidade”.
A
autora apresenta como a família mudou sua formação e ideologia dentro da
história, percorrendo a forma paternal dominada pela força, passando pelo
período “romântico”, constituído por um pai amoroso e amado, tolerante e
respeitoso, uma família constituída pela compaixão. Em seguida, em uma nova transição,
o pai deixa de ser autoritário e a figura da mãe começa a ter mais espaço.
Contudo, as mudanças não pararam por aí. O casamento perde a natureza divina
consolidando-se como um acordo formal entre homem e mulher perdurando enquanto
existe amor, como diz o ditado: “Que seja
eterno enquanto dure”. O pai não tem mais autoridade sobre os filhos, e
caso os ‘desacate’, pode até perder a guarda dos mesmos, o pai deve respeitar o
direito dos filhos.
Desta
forma, Roudinesco denomina a nova estrutura como “família pós-moderna”, onde se
encontra livre do patriarcado, desvinculada do casamento, onde tanto o homem
quanto a mulher estão livres para escolherem suas funções...
O
IHU Online, revista eletrônica da UNISSINOS (Universidade do Vale do Rio dos
Sinos), ao analisar o livro lamenta seu título e demonstra isso da seguinte
forma: “Por
tudo isso, é de se lamentar a escolha do termo “desordem”, também presente no
título original. A palavra “desordem” sugere uma conotação negativa para as
transformações pelas quais passou o modelo familiar. No entanto, o fim do
patriarcado, a valorização do papel feminino, a liberdade aos homossexuais, a
horizontalidade nas relações, enfim, tudo que caracteriza a “desordem” é
exatamente o sintoma positivo de transformação da família” (p.3).
Ainda
que o modelo familiar tenha ganhado “novas caras” – sejam elas positivas ou
negativas, é preciso que presemos pela família que Deus concebe, a qual está
totalmente submissa ao senhorio de Cristo, é construída por homem e mulher que
deixam pai e mãe e unem-se em um matrimônio que não tem data de validade, pois
é para durar até a morte (Gn 2.24). Os filhos vivem sob o olhar atento e
cuidadoso do pai e da mãe, sendo educados constantemente e mostrando-lhes o
caminho em que devem andar (Pv 22.6).
A estrutura familiar elogiada pela atualidade
passa longe da estrutura familiar que Deus criou e constituiu. Deus criou o
homem e a mulher – estes deixam os pais para formarem a família. Mas este plano
de Deus se desfaz quando o homem cai em pecado (Gn 3). Juntamente com o pecado
surgem as diferenças, as desavenças, as traições, os assassinatos (Ex.: Caim
assassina seu irmão, Abel – Gn 4), etc. Em decorrência de tudo isso, Deus
permite, na Lei apresentada por Moisés, que o homem conceda carta de divórcio à
esposa – este é o resultado radical e permanente do pecado (Mt 5.31; 19.2-9).
Portanto,
o assassinato, o divórcio e tantas outras coisas que acontecem dentro da
família, são resultados incontestáveis de uma natureza corrompida e pecadora. E
por isso passível de receberem a condenação, pois “o salário do pecado é a morte”, como afirma o Apóstolo Paulo
(Romanos 6.23).
Portanto,
não podemos deixar de olhar para o conceito e padrão familiar da atualidade e o
conceito e padrão familiar que Deus espera que os cristãos vivam. Ainda que o
pecado prejudique esta estrutura, Deus criou o homem e a mulher para viverem
juntos e formarem uma família.
Os
homens colocam diferenças entre o homem e a mulher, mas a Criação de Deus os
trata com igualdade. Olhando para a maneira que Deus chamou o HOMEM e a MULHER,
notamos que recebem pronúncias muito parecidas em sua língua original (Ish –
Isha), o que pretende destacar a unidade de natureza, a íntima afinidade entre
os sexos e, portanto, a igualdade essencial de direitos.
Deus
criou o homem e a mulher em igualdade, por isso Eva foi criada pela costela de
Adão. Mas o pecado mudou essa realidade. E todas as mudanças que ocorreram no
conceito familiar tinha por objetivo geral a busca da felicidade, a liberdade e
a igualdade. Mas será que isso não está presente no padrão familiar que Deus
concebeu? O Salmo 128 nos apresenta uma família abençoada no trabalho, de onde
vem o sustendo, e em casa, onde a família cresce com filhos e netos. Esta era
considerada a bênção por excelência.
A bênção para a
família continua nos planos de Deus. Por isso Deus abençoou o matrimônio e leva
Jesus a afirmar que o casamento é para sempre e que o homem não pode separar –
a separação era uma forma que o homem tinha para repudiar a esposa (Mc 10.9). Logo
em seguida, Jesus quebra uma prática comum da época, a desvalorização da
criança, chamando-as para si e abençoando-as, de forma que Jesus diz: “Deixai vir a mim os pequeninos” (Mc
10.14), e em seguida “tomando-as nos
braços e impondo-lhes as mãos, as abençoava” (Mc 10.16).
Queridos irmãos, a
estrutura familiar está muito mudada e muitas casas cristãs até difundem
pensamentos e ideologias ‘pós-modernas’. Muitas coisas são até positivas, pois
a discriminação, por exemplo, perde espaço. Mas precisamos entender que o
preconceito também é condenado por Deus e não faz parte da ideia inicial de
família organizada por Ele.
Contudo, essa família
deixou de existir com a queda, originando a parcialidade, o preconceito, o
adultério, o desrespeito na família entre marido e esposa, pais e filhos. O
motivo destes problemas é o pecado unido à negligência aos ensinos de Deus.
Os dias atuais
consideram o casamento uma “instituição falida”, os tempos modernos consideram
a família uma instituição ultrapassada, mas para Deus continua sendo a
principal formação e a mais passível de bênçãos.
O
pecado continua existindo e ferindo as famílias. O único caminho e solução para
trazer a união e reestruturar os laços é Cristo.
Por
causa do pecado e da negligência para com a palavra de Deus, o resultado certo
das pessoas é o inferno. Todos estavam sujeitos à escravidão da morte e do
Diabo, mas Jesus, através de seu sangue os libertou, livrando-os da morte,
socorrendo a descendência de Abraão. Portanto, para que todos fossem libertos
da escravidão, Jesus se fez sumo sacerdote, oferecendo a si próprio como
sacrifício fazendo-se propiciação pelos pecados do povo. Desta forma, Cristo é
o auxílio certo para todos, “pois, naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido
tentado, é poderoso para socorrer os que estão tentados” (v.18). Além do
mais, Deus continua abençoando as famílias, Jesus continua chamando as crianças
para abençoá-las.
Fonte:
A Família em Desordem.
Elisabeth Roudinesco. Tradução André Telles. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.,
2003.
Bíblia Sagrada. Bíblia de
Estudo Almeida.
Evangelho de Marcos.
Comentário Esperança. Adolf Pohl.
IHU online. Ano 3 – N° 58 –
5 de Maio de 2003.
O Stress no Casamento. Régis
Müller.