Comunidade Evangélica Luterana "Cristo"

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domingo, 28 de abril de 2013

A Busca pela Felicidade


Tema: A Busca da Felicidade
GoVal 28/04/2013
Régis Duarte Müller
5° Dom de Páscoa – 28/04 a 05/05/2013

Textos Bíblicos: Salmo 148; Atos 11.1-18; Apocalípse 21.1-7; João 16.12-22 ou Jo 13.31-35

Muitos são os temas e assuntos discutidos pelas pessoas em prol da vida do ser humano. Nesse sentido, diante da história e de muitos estudiosos, encontramos um tema muito discutido: a busca pela felicidade.
A busca da felicidade é assunto frequente entre filósofos, na vida comum das pessoas, nos cinemas... É com esse objetivo que as pessoas namoram, estudam, adquirem objetos e bens, vão à Igreja, enfim. No entanto, por mais que tentemos, não conseguimos alcançar uma felicidade completa. Apesar de buscá-la tanto, o máximo que conseguimos são alguns instantes de alegria, os quais podem minimizar sofrimentos e amarguras da vida. Momentos que nos dão ânimo e coragem para seguir em frente – para seguir buscando tal felicidade.
Nesse sentido, a revista Super Interessante trouxe há alguns anos um artigo que tenta compreender o assunto, mas talvez até com certo desânimo, como vemos na citação:

A busca da felicidade é o combustível que move a humanidade – é ela que nos força a estudar, trabalhar, ter fé, construir casas, realizar coisas, juntar dinheiro, gastar dinheiro, fazer amigos, brigar, casar, separar, ter filhos e depois protegê-los. Ela nos convence de que cada uma dessas conquistas é a coisa mais importante do mundo e nos dá disposição para lutar por elas. Mas tudo isso é ilusão. A cada vitória surge uma nova necessidade. Felicidade é uma cenoura pendurada numa vara de pescar amarrada no nosso corpo. Às vezes, com muito esforço, conseguimos dar uma mordidinha. Mas a cenoura continua lá adiante, apetitosa, nos empurrando para a frente. Felicidade é um truque” (Superinteressante 2005).

E assim o mundo vai buscando à sua própria maneira encontrar a felicidade, mas a ‘cenoura’ continua distante, e o máximo que conseguem são pequenas mordidinhas – pequenos instantes de felicidade, mas nunca a felicidade completa.
Isso acontece porque somos colocados todos os dias diante de situações de tristezas e amarguras. A mídia nos enche de notícias de mortes, assassinatos, atentados, além da descrença sobre a felicidade, como o caso da revista super.
Frente a tudo isso, Deus nunca é lembrado, muito menos chamado. São homens que tentam com suas limitações intervir e resolver os problemas de sofrimentos – o resultado traz cada vez mais angústia e pessimismo nas pessoas. Alguns chegam a dizer: ‘de fato, o mundo está perdido’.
Talvez o artigo tenha razão ao dizer que tudo é ilusão, que a felicidade é um truque para minimizar os sofrimentos e as amarguras desta vida. No entanto, quando ouvimos o que o Pai do céu tem a nos dizer podemos ficar animados novamente. Afinal de contas, apesar de não nos fazer promessas de ‘vida boa’ aqui na terra, ele PROMETE que estará sempre conosco, concedendo forças, coragem, ânimo, esperança, fé... Além disso, ele nos oferece muitos momentos de felicidades, aos quais espera que agradeçamos e louvemos por seus grandes feitos.
Um dos grandes feitos que Deus faz em nossa vida vem pela comunhão entre irmãos e pela prática do amor. Os quais, seguindo o ‘novo mandamento’ (Jo 13.34) sabem amar uns aos outros e oferecem grande felicidade. A participação dos irmãos se torna notória muito especialmente quando alguns estão vivendo sofrimentos e amarguras – pois Deus, em seu amor, motiva que cristãos se coloquem diante do próximo para apoiar e incentivar... Para simplesmente ouvir, para aprender, para crescer, para ser feliz.
Ainda que a felicidade pareça distante, a grande esperança de todo cristão está na PROMESSA de Deus de que “ELE próprio (Deus) Enxugará dos olhos toda a lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram” (Ap 21.4).
Sem dúvida muitos são os sofrimentos e aflições que passamos aqui na terra, o maior deles, a morte. A morte é o último inimigo dos cristãos que será destruida, e por isso, diz o Apóstolo Paulo: “E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” (1Co 15.54-55).
De todas as coisas que causam tristezas nas pessoas, a morte e suas consequências são as maiores causas de infelicidade, dor e pranto. No entanto, Cristo, por sua própria morte vicária e sua ressurreição gloriosa, aboliu a morte e seus horrores e “trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho” (2Tm 1.10), de modo que, livrou “a todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida” (Hb 2.15).
Queridos irmãos em Jesus Cristo, a vida poderá nos reservar muitas situações de infelicidade, de tristezas e amarguras. No entanto, teremos amigos e irmãos na fé que, por amor, farão a ‘cenoura’ se aproximar de nós, nos consolarão, e nos trarão momentos de imensa felicidade. De modo que, todos que passarem pela grande tribulação serão vencederos e se encontrarão diante de Deus.
Sim, todos seremos vencedores. Como se estivéssemos em uma grande competição, a qual queremos vencer. Nosso objetivo é encontrar a felicidade – A Vida Eterna. Por isso, ouvimos atentos os conselhos do Apóstolo Paulo: “Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas só um leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. Todo atleta em tudo se domina; aqueles para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, a incorruptível” (1Co 9.24-25).
Sendo assim, nossa busca pela felicidade se encontra na coroa incorruptível – ou seja, na Vida Eterna, a qual, na verdade, já foi conquistada por Jesus Cristo. Nossa corrida, portanto, é para permanecer firmes e fiéis a Jesus Cristo, a fim de herdarmos o Novo Céu e a Nova Terra. Lá, Deus mesmo estará conosco. Ele será nosso Deus e enxugará de nossos olhos toda lágrima, e não teremos medo da morte, pois ele não existirá. Nunca mais haverá luto, pranto ou dor... e todos que tiverem sede receberão da fonte da água da vida.
Sem dúvida, grandes coisas o SENHOR tem feito, e muitas ainda fará (Sl 126.3). Agradecidos e motivados por Deus, amemos nosso próximo. Amemos a nosso Deus, e sigamos firmes na esperança de alcançarmos a felicidade e a vida que nunca termina. Em nome de Jesus. Amém.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Onde está a Igreja?


Onde está a igreja?

Lutero entendeu que "a cristandade verdadeira e essencial consiste no Espírito, e não em alguma coisa exterior, seja lá como for chamada". Um entendimento bíblico a partir de Efésios: "Há um só corpo, e um só Espírito, e uma só esperança, para a qual Deus chamou vocês". Com isto, o termo "igreja" carrega uma compreensão diferente daquela nas fachadas dos templos e nas identificações
religiosas. Ele tinha em mente duas igrejas: a interior - a autêntica; e a exterior - a organização eclesiástica, sujeita a erros porque é comandada por pessoas.
São colocações polêmicas, assim como a atual declaração do papa Francisco, ao afirmar que somente a Igreja Católica é capaz de interpretar a Bíblia. "A interpretação das Escrituras não pode ser apenas um esforço intelectual individual, mas deve ser sempre confrontada, inserida e autenticada pela tradição viva da Igreja", argumentou o papa, ao lembrar os diversos Concílios como referência de fé ao lado da Bíblia. E agora, quem está certo? Logicamente cada qual "igreja" defenderá a sua posição num panorama complexo e repleto de embates doutrinários e de relevâncias históricas, deixando um enorme desafio ao diálogo e à unidade cristã num planeta ainda mais dividido - o que não deixa de ser um obstáculo para a missão dos cristãos e ao mesmo tempo um exercício de amor e humildade na oração de Jesus: "Peço que todos sejam um".
Lutero acreditava que a igreja está onde estão a Palavra de Deus, o Batismo, a Santa Ceia e a confissão e absolvição de pecados: "Onde essas coisas são praticadas, aí está a Igreja autêntica". E confessou: "Creio que por minha própria razão ou força não posso crer em Jesus Cristo, meu Senhor, nem vir a ele. Mas o Espírito Santo me chamou pelo Evangelho, iluminou com seus dons, santificou e conservou na fé verdadeira. Assim também chama, congrega, ilumina e santifica toda a cristandade na terra, e em Jesus Cristo a conserva na verdadeira e única fé".


Marcos Schmidt
pastor luterano
fone 8162-1824
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS
25 de abril de 2013

domingo, 21 de abril de 2013


Tema: Lavados pelo Sangue do Cordeiro.
GoVal 21/04/2013
Régis Duarte Müller
4° Dom de Páscoa – 21/04 a 28/04/2013

Textos Bíblicos: Salmo 23; Atos 20.17-35; Apocalípse 7.9-17; João 10.22-33

Uma coisa necessária na vida das pessoas é ‘lavar roupas’. Ninguém gosta de andar com as roupas sujas, e por isso, após um dia cheio de trabalho, colocamo-las para lavar. Seja
a pessoa que trabalha no escritório, ou aquele que trabalha na rua, todos precisam lavar as roupas porque sujam com poeira, suor e muitas outras coisas. Na verdade, ficamos desconfortáveis, não nos sentimos bem ao vestir uma roupa suja.
Algo semelhante acontece conosco. Após um longo dia de atividades, acabamos cometendo muitas falhas, erros e pecados que ‘sujam’ nosso coração. Ao fim do dia vêm à nossa mente as palavras indelicadas que falamos para alguém, as agressões, as trapaças, a negação a Deus, os pensamentos inconvenientes e a imoralidade ética, social e sexual... Tudo isso deixa-nos imundos, e precisamos ser limpos.
Do mesmo modo como as pessoas se sentem mal com as roupas sujas, os cristãos também se sentem mal com o coração sujo, por isso, também precisamos ‘lavá-lo’. Contudo, não usamos nenhum tipo de alvejante, cloro ou sabão, mas lavamos nosso coração com o sangue do Cordeiro, de modo que ficamos limpos.
Na leitura da epístola, encontramos a visão de João da Igreja Celestial. Ao dialogar com o ancião, João é questionado: “Quem são estes de vestes brancas, e de onde vieram?” (v13).
Aquela multidão (Ap 7.4 – 144 Mil) que João viu  é fruto da Palavra da salvação, na qual
creram. Todos eram pecadores, mas confiaram na mensagem de Salvação, e agora, os mesmos pecadores foram vestidos de talares brancos.
Essa multidão é proveniente da grande tribulação, a qual entendemos pela soma de todas as tribulações pelas quais os fiéis tem de passar antes de entrar no gozo da grande e eterna glória no Céu, como nos lembra At 14.22 “através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus”.
A mensagem de Deus é de esperança e de salvação. Mas antes disso muitas coisas acontecerão com os cristãos, as quais são descritas por “muitas tribulações”.
Quais são as suas tribulações? Que tipo de aflições você tem enfrentado? Como você tem lidado com estas angústias?
O texto de Apocalipse deixa entre linhas alguns motivos de tribulações, como vemos: as perseguições enfrentadas pelo povo de Israel; talvez as tribulações que viriam pouco antes do retorno de Cristo; Talvez a destruição de Jerusalém, conforme Mateus 24.21... Mas, de modo geral, todos enfrentarão tribulações.
Como fonte das tribulações, podemos encontrar três culpados: Nossa própria natureza; O mundo em que vivemos; e o diabo. Enfrentamos tribulações causadas por nossa própria natureza corrupta e maldosa, pensamentos e atos que causam consequências desastrosas; O mundo tenta nos convencer de que o errado é certo, tudo é relativo, o importante é viver o momento; e o diabo, nosso maior inimigo, não deixa de preparar armadilhas e tentações para nos induzir ao erro.
Deixar-se seduzir pelas tentações é correr o risco de enfrentar uma tribulação muito pior que as dificuldades deste mundo, deixar-se seduzir é correr o risco de sofrer a tribulação do inferno eternamente.
É notável que a vida é repleta de problemas a serem resolvidos, de dificuldades a serem enfrentadas, além das tentações e provações que precisamos encarar. Isso tudo acontece por que não temos a promessa de vida tranquila aqui na terra. Contudo, atravessando a grande perseguição, todos que permanecerem fiéis alcançarão a vida eterna de completa tranquilidade no céu (14-17).
Diante das tribulações e angústias que iremos enfrentar será necessário perseverança e fé, a fim de serem “bem aventurados aqueles que sofrem por causa da justiça” (1Pe 3.14), concretizando-se, assim, as palavras do Apóstolo Pedro.
Esta bem aventurança que Pedro fala está disponível para todas as pessoas, para todos que enfrentarem e vencerem as tribulações deste mundo, na verdade, para todos que forem lavados de seus pecados pelo sangue do Cordeiro.
Queridos irmãos, gostaria de lhes dar uma ótima notícia: Na verdade, essa lavagem purificadora já começou em nossa vida em ocasião do Batismo, a saber, “o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo” (Tt 3.5).
Deste modo, assim como lavamos nossas roupas, precisamos diariamente renovar nosso voto batismal, de forma que cada dia aqui na terra seja um dia para “lavar nossa roupa”. Que cada dia possamos “lavar nossa roupa” com o sangue do Cordeiro “razão por que (muitos) se acham diante do trono de Deus” (v.15).
A promessa de Deus é maravilhosa, pois os cristãos e todos que forem lavados e alvejados se encontrarão vestindo talares brancos no Céu e na presença de Deus, e “Jamais terão fome, nunca mais terão sede, não cairá sobre eles o sol, nem ardor algum, pois o Cordeiro que se encontra no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes de água da vida. E Deus lhes enxugará dos olhos toda a lágrima” (v.16-17).
Que assim, possamos ser lavados pelo sangue do Cordeiro e viver na esperança de um dia morrer no Senhor e viver para sempre ao lado do Bom Pastor Jesus, sendo guiado a pastos verdes, águas de descanso, veredas de justiça e habitando eternamente com o Senhor. Que assim seja! Amém.


Fonte:
Bíblia Sagrada com Reflexões de lutero;
Manual Bíblico SBB;
Bíblia de Recursos para o Ministério com Crianças - Apec;
Apocalipse Tempo de Conhecer os mistérios de Deus e suplicar: Vem, Senhor Jesus! Johannes H. Rottmann

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Pedras, Perdão e Direção


Pedras, Perdão e Direção

Fiquei imaginando o que faria Jesus se um grupo de fundamentalistas violentos trouxesse um homossexual para ser apedrejado devido ao seu pecado.
Eu acredito que ele faria o mesmo que fez com a mulher adúltera, conforme João capítulo 8. Primeiramente desafiaria que alguém que não tivesse pecado atirasse a primeira
pedra. Se houvesse sinceridade, cada um teria de abrir mão do seu objetivo violento –pois o pecado e a imoralidade habitam em cada um dos seres viventes desse mundo.
Jesus seria o único digno e capaz de jogar a primeira pedra, pois nele não existe pecado algum! Mas ele preferiu acolher e perdoar! E hoje continua com essa misteriosa e misericordiosa preferência. Por isso, sei que ele faria a mesma coisa diante de um homossexual arrependido.
Mas será que isso significaria que Jesus estaria entre os que defendem o adultério ou o homossexualismo? Não! Certamente não! É preciso lembrar que Jesus se despediu daquela mulher
dizendo: “Vá, e não peques mais” (Jo 8.11b). Assim também sabemos que , de acordo com as Escrituras, a ação homossexual é pecado (Rm 1.24-27). Por isso confesso que fico preocupado quando vejo que a mídia dominante ergueu a bandeira da luta pró-homossexualismo. Mas preocupa-me muito mais em ver os cristãos hipócritas, que criticam o que o mundo faz e o que a mídia diz, no entanto traem seus cônjuges, vivendo casamentos de fachada, ou vivendo a vida solteira de maneira libertina. Por que querem tirar o cisco do olho do outro se tem diante de si uma enorme trave de imoralidades?
A imoralidade sexual é evidente diante do relato contínuo de estupros, pedofilias, traições, divórcios. Precisamos de perdão e de direcionamento, para não nos perdermos e nos destruirmos a nós mesmos. A imoralidade sexual tende a destruir sociedades, pois destrói a base social, que é a família.
Deus nos concedeu o dom da sexualidade para vivermos alegres num casamento cheio de felicidade e amor, mas literalmente ele nos convida a fugir da imoralidade, pois mediante a fé, somos parte do corpo de Cristo. Está escrito em 1 Co 6.18Fujam da imoralidade sexual! Qualquer outro pecado que alguém comete não afeta o corpo, mas a pessoa que comete imoralidade sexual peca contra o seu próprio corpo.”
Que a força para essa fuga, e a capacidade para fidelidade, venha do perdão e direção que Jesus está sempre pronto a conceder.

Pastor Ismar Pinz
Comunidade Luterana Cristo Redentor
Três Vendas, Pelotas, RS