Tema: Comunhão Fraternal.
GoVal 12/05/2013
Régis Duarte Müller
7° Dom de Páscoa – 12/04 a 19/05/2013
Textos Bíblicos: Salmo 133; Atos
1.12-26; Apocalípse 22.1-6(7-11)12-20; João 17.20-26
A
palavra amor está na boca das pessoas. Facilmente ouvimos adolescentes e jovens
declarando amor eterno para seus namoradinhos; pessoas que falam que ‘amam’ mesmo
diante de coisas supérfluas – no entanto, nem compreendem de fato, o que é
amar.
É
bem verdade, que as pessoas vivem uma grande carência, e uma grande necessidade
de serem amadas. Por isso, costumamos buscar a todo custo receber amor.
Nesse
sentido, Deus nos mostra como é importante amar, como é importante que exista
comunhão e união entre os irmãos. A grande verdade é que Deus valoriza muito o
amor, demonstrando “quão bom e quão maravilhoso é que os irmãos vivam em união”
(Sl 133.1).
O
resultado desta união fraternal é a comunhão. Assim como existe comunhão entre o
Pai e o Filho, Jesus Cristo, assim Deus deseja que os irmãos vivam em união. Do
mesmo modo, assim como Deus nos amou, entregando seu próprio Filho (Jo 3.16), Deus
deseja que os irmãos amem também ao seu próximo. Por isso, Jesus ora ao Pai: “A fim de que todos sejam um; e como és tu, ó
Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu
me enviaste” (Jo 17.21).
Desta
forma, a união, a comunhão e a comunhão fraternal testificam a obra de Deus em
Jesus Cristo. Assim, também, os cristãos testemunham ao mundo através da
prática da comunhão, união e amor.
O apóstolo João é conhecido como o ‘apóstolo do amor’,
seus escritos testificam isso. Suas instruções sempre nos mostram a importância
de amar incondicionalmente. Mas, se não amamos, é porque algo estranho está
acontecendo. Como vemos: “Se alguém
disser: amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a
seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê” (1Jo 4.20).
A falta de amor para com o próximo é um sinal de que
estamos longe de Deus. Pois, vejam: A vida e morte de Jesus foi a demonstração
mais pura de amor, e dedicada em favor de toda a humanidade. Isso apenas
aconteceu porque existe comunhão na Trindade Divina. Ao passo que, as divisões
são empecilhos à obra de Cristo. Portanto, o ódio, a amargura, as maledicências
e as divisões são frutos do pecado, da impureza que se encontra em nosso
coração. E do coração saem para prejudicar a vida familiar, entre amigos, no
trabalho e onde quer que exista presença de pessoas.
Sendo assim, o ódio, a amargura e as divisões são resultados
do pecado e da impureza humana e merecemos por isso, o sofrimento, viver longe
de Deus e consequentemente, o inferno.
Em
contra partida, o amor ao próximo é uma constatação da presença de Deus. No
entanto, fechar os olhos ao próximo, torna-o cego, também perante Deus. Nesse
sentido, amamos nosso próximo como resultado do amor de Deus para conosco, ou
seja, Deus nos
amou através de Jesus Cristo, por isso, nós também podemos, e
amamos nosso próximo. Afinal, “nós amamos
porque Deus nos amou primeiro” (1Jo 4.19).
O teólogo, professor e pastor Dietrich Bonhoeffer ensina
a valorizar a comunhão cristã, a vida em comunidade e o compartilhar de vida
entre irmãos e irmãs na fé. Ele afirma que a comunhão fraternal acontece da
mesma forma como a santificação. Ela é um presente de Deus, ao qual não temos
direito. Por isso ele escreve:
“Fraternidade cristã não é um ideal que nós devemos
realizar. É uma realidade criada por Deus, em Cristo, da qual podemos tomar
parte... Por se fundamentar em Jesus Cristo, a comunhão cristã é uma realidade
espiritual e não psíquica” (Vida em Comunhão, p.20).
Ou seja, não são os instintos ou os sentimentos que
colocam em prática a comunhão fraternal, mas unicamente a comunhão existente
através da pessoa com Deus, ou seja, se dá através da Palavra de Deus. Nesse
sentido, a essência da comunhão espiritual é a luz, como vemos: “... Deus é luz, e não há nele treva nenhuma.
Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos e
não praticamos a verdade. Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz,
mantemos comunhão uns com os outros” (1Jo 1.5-7).
A avaliação sincera de qualquer ser
humano reconhece que temos dificuldades para amar nosso semelhante. De modo
geral somos amargos e sentimentais, deixando que motivos quaisquer prejudiquem
nossa ação amorosa em prol de nosso próximo – damos espaços para as trevas.
Por outro
lado, Jesus nos ensina a amar a todos incondicionalmente, até mesmo nosso
inimigo, afinal de contas, o amor é a fonte de todo bem. Foi por amor que Jesus
veio ao mundo, morreu e ressuscitou – praticando uma ação de extremo bem em
favor da humanidade – é a luz que brilha novamente. Em seguida, o amor que
Cristo dispensou por nós, deve estar presente em nosso contato com o próximo.
Portanto, quando questionados: como devemos amar? A resposta é: Assim como
Cristo Jesus nos amou – assim, fazemos a luz de Cristo brilhar.
Um amor e comunhão exemplar, de extremo brilho, é o amor
materno. Neste dia que é tão especial para elas, reconheçamos que a mãe ama seu
filho incondicionalmente, com amor puro. A comunhão entre mãe e filho se dá
desde o dia em que é gerado, na ligação do cordão umbilical, pelos nove meses
em que carrega a criança em sua própria barriga, e se estende ao longo de toda
a vida buscando sempre o bem para seu filho.
A
conclusão disso tudo nos faz reconhecer a singeleza do amor, o qual está
presente na mãe que ama se filho, bem como, no Pai que está no céu, e que ama
tanto, que dá até mesmo seu próprio Filho. Confiando neste amor, e vivendo essa
comunhão, possamos todos ser ressuscitados para viver na cidade santa, com
águas cristalinas na presença constante de Deus, na mais perfeita comunhão
fraternal. Amém.
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